Sem título, 1963.

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Amilcar Augusto Pereira de Castro. Sem título. 1963. Ferro. 50 x 49 x 26 cm. Prêmio Aquisição do Clube dos Diretores Lojistas de Belo Horizonte, XVIII SMBA/PBH, 1963. Acervo Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte.

Amilcar de Castro, mesmo premiado no XVIII SMBA-BH, de 1963, não recebeu boa receptividade da crítica. Foi duramente criticado por Frederico Morais no jornal Estado de Minas. Para o crítico, Amilcar foi o que restou do Concretismo e do Neoconcretismo, sendo que a seleção do artista apenas se justificou pela influência de Mário Pedrosa. Seria parte dos “carros-chefes do Sr. Pedrosa”, para utilizar a expressão de Morais. Amilcar seria “[…] a falta de imaginação, a limitação artesanal, a pobreza criadora encoberta por uma falsa geometria, um falso rigor, uma falsa sobriedade”. Estaria ligado a uma “[…] vibração puramente real intelectual no lugar do bafo humano, da palpitação da vida, da emoção”. A crítica de Morais permanece na incapacidade emocional de Amilcar. Nesse sentido o artista seria o antípoda de um Van Gogh. Neste, “[…] vida sobrepõe-se à arte, naquele a arte pretende sobrepor-se à vida”.
Morais, ao comparar os dois artistas, afirmou categoricamente: entre Van Gogh e Amilcar prefiro o primeiro. O grande problema de Amilcar estaria em ter chegado ao Concretismo pela “arte útil”, a arte gráfica. O trabalho do artista no Correio da Manhã teria sido primoroso. A frieza da arte gráfica teria produzido um “artificialismo na escultura”.

Para saber mais: VIVAS, Rodrigo. Abstrações em movimento: Concretismo, Neoconcretismo e Tachismo. Porto Alegre: Zouk, 2016. 140 p.

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