Outono-Inverno. 1967.

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Angelo de Aquino. Outono-Inverno. 1967. Óleo sobre tela. 80 x 100 cm. Acervo do Museu da Pampulha, Belo Horizonte.

Outono-Inverno é, na verdade, duas telas independentes, mas feitas para serem expostas juntas. Na exposição Neovanguarda, realizada no Museu de Arte da Pampulha, em 2008, a obra de Aquino é montada diferentemente da concepção do artista, como é possível comprovar por uma fotografia da época da premiação.

Outono-Inverno é formada por duas telas, que, ao serem unidas, possuem um formato que se aproxima de um losango, mas não é concêntrico nem simétrico. Realizando a leitura do centro da tela para a direita, considerando o observador, notam-se seis triângulos sobrepostos ou faixas com tamanhos diferentes em verde, salmão, azul, grená, azul e salmão. A vibração no olhar de quem a observa se origina tanto da alternância de cores como na variação das larguras das faixas e do não alinhamento dos ângulos agudos.

Do centro para a esquerda do observador, é possível visualizar sete triângulos, sendo que o verde, salmão e azul possuem correspondência com a outra parte da obra. O triângulo grená, entretanto, é menor, o que faz com que o próximo triângulo, o azul, seja maior, se comparado à outra parte do díptico, gerando também uma alteração no tamanho do triângulo salmão. É ainda acrescentado um último triângulo verde escuro com uma pequena alteração em parte do vértice chegando ao verde-claro. As formas geométricas são capazes de produzir a sensação de expansão, ao serem preenchidas com cores, e constroem uma noção de movimento de propagação nas duas direções. Algumas noções, como as formas geométricas, em conjunção com o efeito visual produzido pelas cores existentes em Aquino, também são percebidas na obra de Eduardo de Paula, premiado em 1965 com o quadro Cartaz.

Para saber mais: VIVAS,Rodrigo. Por uma História da Arte em Belo Horizonte: Artistas, exposições e salões de arte. Belo Horizonte: C/ Arte, 2012. 248 p.

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