Máquina de Triturar Homens. Getúlio de Andrade Starling, 1967. (34 x 42,5 x 28 cm). Foto: Nelyane Santos, janeiro de 2014.
A obra de Getúlio Starling, intitulada Máquinas de Triturar Homens, vencedora do 2º prêmio de escultura, traz referências às discussões artísticas acerca do uso de objetos comuns ao cotidiano, tanto para compor obras quanto para transpô-los como obras de arte. Trata-se de uma escultura montada com base de madeira, objeto utilitário em metal, bonecos de plástico e um pires. O suporte em madeira é um tronco recortado e lixado onde é encaixado um moedor. Este foi pintado de branco em toda sua extensão, de azul nas peças das extremidades e de vermelho no topo de sua entrada.
Na entrada do moedor, encontram-se pequenos bonecos de plástico com pequenos escorridos de tinta vermelha. Na saída do moedor, há pernas e braços de bonecos também muito pequenos e ligeiramente deformados pelo aquecimento do plástico. Logo abaixo da extremidade de saída do moedor, encontra-se um prato de porcelana pintado de vermelho contendo um emaranhado de pedaços de bonecos, pernas, braços e pés ligeiramente deformados. (…) A obra pode representar a crítica ao consumismo e à cultura de massa, mas também à institucionalização da arte no período, que se deparava com a pop art utilizando objetos de consumo como expressão artística, ao mesmo tempo em que as instituições de arte começavam a consumir maciçamente as referências mais consagradas da arte moderna e contemporânea.