Espaço “In” (Para-Negativo). Yutaka Toyota, 1968. (121 x 80 cm). Foto: Nelyane Santos, março de 2014.
Trata-se de uma pintura com tinta vinílica sobre tela estirada em suporte rígido tipo lâmina de madeira e aplicações de folhas metálicas recortadas e coladas. O fundo é todo pintado de branco. Na parte superior, há um grande círculo irregular que ocupa pouco mais da metade da tela. Este círculo foi pintado de branco e os frisos metálicos foram feitos em baixo relevo, ou seja, todo o círculo é uma lâmina de metal pintada de branco, onde a tinta foi raspada em finos frisos para deixar o brilho do metal aparente. Na parte de baixo do círculo, há uma ondulação que o deixa irregular proporcionando uma sensação de deformação que retira a estabilidade do círculo como esfera perfeita. Os frisos proporcionam certa movimentação, dando a impressão de uma onda que sofreu turbulência.
Abaixo do círculo há sete lâminas de metal recortadas e cinzeladas. As formas das lâminas são iguais, assemelhando-se a cristas de ondas com extremidades afinadas. O metal é brilhante, sem grandes marcas de oxidação, assemelhando-se a aço inoxidável. Toda a tela possui manchas de oxidação decorrentes do contato com a madeira e a cola utilizada para aderir as partes metálicas.
As pinturas abstratas, com formas que insinuavam movimento, começaram a fazer parte da obra de Yutaka Toyota desde o início da década de 1960, tendo os círculos presença marcante. Para Mário Schenberg, seus círculos, que tiveram início em monotipias antes de passar para a pintura, apresentavam uma dimensão energética cósmica, insinuando movimentações e texturas complexas.