Invasão dos Extra Terrenos Através das Obras do Arrudas, 1971.

invasao-et

José Amâncio de Carvalho. A Invasão dos Extra Terrenos Através das Obras do Arrudas, 1971. Ampliação fotográfica em preto e branco em papel fotográfico fosco aderido a suporte tipo Eucatex. Políptico com 4 partes: 59,5 x 50 cm (parte IV). Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte, III SNA/PBH, 1971. MUSEU DE ARTE DA PAMPULHA-MAP. Inventário: Museu de Arte da Pampulha. Belo Horizonte, 2010.

Os E.T.s de Amâncio são descritos como “seres começam a invasão pelos jardins e diminuindo gradativamente o tamanho, penetram no Museu e ali se instalam.” (CARMO, Maria do. III Salão Nacional da Prefeitura de Belo Horizonte. Artes. Diário do Comércio. Belo Horizonte, 12 e 13 dez. 1971). A premiação concedida à integração entre os elementos criados por Amâncio e a paisagem, toma ares de “invasão”, de inserção forçada e domínio do anteriormente oculto. Os E.T.s apresentam formas de difícil identificação, demarcam o trajeto através de sua passagem e vão gradativamente colocando em foco recortes da paisagem que não ocupam a centralidade das atenções do transeunte que acessa a cidade. A opção por ignorar o que ainda está em construção não é oferecida por Amâncio, que eterniza o transtorno das modificações do cenário urbano em quatro momentos diferenciados.

A reprodução fotográfica demonstra de fato esses “pequenos seres” que “invadem” o Palácio das Artes, em obras naquele momento. As “esculturas” “seres” são no mínimo, curiosas, em dois sentidos: porque “invadem” um território em fase de construção, o que seria um sentido mais literal. Por outro lado, metaforicamente, talvez a associação possa ser feita a uma situação nova que a cena artística mineira vivenciaria com um espaço para exposições. Os E.T.s seriam os frequentadores do espaço, os expositores que até então não tiveram à disposição tal oportunidade? Ou ainda, o E.T seria o próprio espaço construído, representante de uma novidade no circuito?

Para saber mais: ALVES, Joana D’arc de Jesus; VIVAS, Rodrigo. Premiações nos Salões de Belo Horizonte : da ‘desmaterialização’ à realidade do circuito artístico (1969 a 1972). 2015. 113 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes.

Deixe um comentário