Arcadas Barroco XI, 1964.

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Arcadas Barroco XI. Paulo Laender, 1964. (50,5 x 35,2 cm). Foto: Nelyane Santos, agosto de 2013. Acervo Museu de Arte da Pampulha.

Sua obra é um desenho com colagens de papéis escritos e impressos contornados com sombras de aquarela e de colagens de outros papéis com desenhos que insinuam formas barrocas, similares a rocalhas e gradis circulares. (…) Em Arcadas Barroco XI, a caligrafia e o desenho se fundem a partir de massas de cor que os contornam. São os recortes com escritos que colocam em paralelo letra e imagem, devolvendo à letra seu caráter pictográfico, unindo desenho e escritura num sistema de signos relacionados às convicções do artista. Texto e imagem assim se unificam, igualando-se em relevância e significados na criação da imagem e suas simbologias. A palavra “arcada” remete à construção arquitetônica baseada na sustentação de arcos por colunas. Sabe-se que são estruturas típicas da arquitetura barroca e rococó no Brasil. O artista confirma com o uso dessa palavra o diálogo com as formas barrocas, arredondadas, de sustentação e de entrada de grandes templos. Reforça esse tema através de seus desenhos em curvas e contracurvas. A adoção de recortes de um livro de geometria pode representar o resgate da feitura dos arcos arquitetônicos que exigem precisão matemática em suas formas e encaixes. (SANTOS, 2014, p. 57-61)

Para saber mais: SANTOS, Nelyane Goncalves; VIVAS, Rodrigo. A história da arte de Belo Horizonte a partir de obras dos Salões Municipais entre 1964 e 1968. 2014. 165 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes.

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