Territórios. Proposta Ecológica de apropriação dos jardins do Museu da Pampulha, 1969.

 

Luciano Gusmão, Lótus Lobo e Dilton Araújo. Territórios. Proposta Ecológica de apropriação dos jardins do Museu da Pampulha, 1969.

O grupo comprou plásticos de cor, alumínio brilhante, varas brancas e folhas de acrílico de cores diferentes. O alumínio foi cortado de forma irregular, mas, apesar do interesse pela plasticidade, os artistas não planejaram a organização do material nos jardins do MAP. O objetivo é que a natureza assumisse o lugar da obra. Não com uma inversão de valores entre figura e fundo que, segundo o grupo, ainda persistia nas obras tradicionais. O grupo busca formas de discutir as limitações da instituição museológica, tentando estabelecer simbolicamente um diálogo com a parte externa do museu.

Após a entrada do visitante no museu, este encontraria uma pedra “no lugar da obra; seguindo a corda iria até a janela; de lá ela olharia para baixo e o reflexo do sol no espelho polido de alumínio iria bater no seu olho”. (Depoimento de Luciano Gusmão à Marília Andrés Ribeiro. Apud: RIBEIRO, 1997, p.227). O espectador via a paisagem a partir das chapas das mais diversas cores. Criavam-se, assim, possibilidades de observação da mesma paisagem com alterações cromáticas e de ponto de vista, destacando também, a impotência do artista perante a paisagem que o cerca, incapaz de modificá-la ou recriá-la, este pode apenas dela se apropriar de forma passageira.

Para saber mais:

VIVAS, Rodrigo. A vanguarda passou por BH: o mito da irradiação e ressonância. V.13 no1/janeiro-junho de 2014 [2015]

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