Amor; Desejo; Posse, 1968.

captura-de-tela-2016-12-12-as-17-32-44

Amor; Desejo; Posse. Décio Noviello, 1968. (55,2 x 55 cm). Foto: Nelyane Santos, fevereiro de 2014.

Em todas as serigrafias as figuras são contornadas por um fundo preto, margeadas por diferentes tons de azul e com disposições geométricas: retângulo vertical, retângulo horizontal e círculo. Esta disposição de figuras e contornos esteve presente em várias de suas obras (sejam serigrafias, pinturas e desenhos) do mesmo período, reforçadas sempre por cores vibrantes. Ao comentar a obra de Décio Noviello, o jornalista Morgan Motta, que naquele ano fizera parte do júri, identificou a nova figuração e a recorrência do erotismo como tema na obra deste artista (MOTTA, Diário da Tarde, 12/12/1968).

(…) No livro de depoimentos do artista, a serigrafia Amor é identificada como Sem título, Série Amor (NOVIELLO, 2011, p. 42). O sentimento de amor poderia então ser compreendido, não só como título de uma série, mas também como o próprio tema do artista em suas produções de 1968 e 1969. Mas este “amor” poderia também insinuar uma crítica do artista, ao projetar em suas serigrafias figuras congeladas, estáticas, friamente sobrepostas, sem a intensidade e a movimentação que este sentimento provoca. O erotismo a que se refere Morgan Motta estaria presente como se fizesse parte desta narrativa, assim como a posse, associada a ciúmes, dominação e provavelmente ao machismo, pelo fato de a figura masculina estar posicionada sobre a figura feminina.

Para saber mais: SANTOS, Nelyane Goncalves; VIVAS, Rodrigo. A história da arte de Belo Horizonte a partir de obras dos Salões Municipais entre 1964 e 1968. 2014. 165 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes.

Deixe um comentário