O Temerário, 1964.

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O Temerário. Nicolas Vlavianos, 1964. (61,6 x 52,5 x 20 cm). Foto: Nelyane Santos, agosto de 2013. Acervo Museu de Arte da Pampulha.

A obra oferece visualidade que insinua uma figura humana apontando para o lado direito. A mola assemelha-se a uma coluna dorsal, embora, segundo a descrição que se faz tomando este lado como a frente, possa também insinuar a figura de um pescoço rígido, com a garganta protuberante. No topo, no que poderia ser visto como um rosto, há dois furos no metal, que são comuns ao resultado da solda por toda a escultura que é oca. Porém, estes dois furos são vazados, transpassados pela luz. Ficam perceptíveis como únicos espaços vazados de toda a escultura, embora vários destes buracos tenham fundo vinculados ao centro ou ao outro lado das peças soldadas. Remetem-se então a olhos, por serem os únicos a permitirem que a luz seja trespassada na peça. Há outro orifício vazado, também onde seria o rosto, mas a passagem de luz é transversal. No catálogo do Salão a obra foi apresentada como tendo a parte da mola virada para frente, o que pode modificar alguns aspectos da descrição e visualidade da escultura. Mas isto não elimina a imagem que suscita uma figura humana ríspida e erguida, em consonância com a ideia que o artista propôs pelo título, O Temerário. A dualidade de posicionamento pode estar ligada à intenção do artista em proporcionar ao observador uma visão tridimensional da escultura, podendo observá-la de vários ângulos a contornando, sem perder de vista o aspecto semântico da obra. (SANTOS, 2014, p. 72).

Para saber mais: SANTOS, Nelyane Goncalves; VIVAS, Rodrigo. A história da arte de Belo Horizonte a partir de obras dos Salões Municipais entre 1964 e 1968. 2014. 165 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes.

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