Paisagem Imaginária. 1950.

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Alberto da Veiga Guignard. Paisagem Imaginária. 1950. Óleo sobre madeira.

Na Paisagem Imaginária, Guignard passa a valorizar o sentido de verticalização da cena com camadas de cor. Os formatos das montanhas são como pequenos volumes transver­sais sobrepostos um após o outro. Como se fossem escadas coloridas sobrepostas. As formas demarcadas e a sensação de justaposição das montanhas como campos de cor possibilitam, assim como uma esca­daria íngreme, caminhar rumo ao horizonte. Existe uma distribuição espacial capaz de nos conduzir ao ponto mais alto ou distante da tela demarcado por uma pequena igreja branca, com janelas pretas e telha­do marrom. A organização da cena ocorre com a relação visual entre o próximo e o distante. Na parte central e inferior da cena observamos uma primeira igreja. Esta, representada por duas torres circulares, ocu­pa uma enorme proporção do espaço figurativo. As outras três igrejas representadas acima são de menor tamanho, formando a ideia de um triângulo imaginário e instável. No canto direito da cena um horizonte com um sol saturado de cor laranja, assim como na obra de Monet, Im­pressão ao nascer do sol. A instabilidade da cena reside na incapacidade do espectador em utilizar os elementos representados como mecanis­mo de conferir tamanho aos objetos. Um exemplo é a desproporção do tamanho dos balões. O situado à direita de cores rosa, cinza e amarelo assume, mesmo que distante do primeiro plano, um espaço maior que todas as outras formas apresentadas no quadro.

Para saber mais: VIVAS,Rodrigo. Por uma História da Arte em Belo Horizonte: Artistas, exposições e salões de arte. Belo Horizonte: C/ Arte, 2012. 248 p.

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