Paisagem Próxima, 1972.

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Manoel Augusto Serpa de Andrade. Paisagem Próxima. 1972. Papel cartão colorido e plástico. Políptico (16 partes) com dimensão total variável. Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte, IV SNA/PBH, 1972. Foto: Joana Alves (exposição “O Olhar: do íntimo ao relacional”). 

A “paisagem próxima” de Manoel Serpa, premiada no IV Salão de Belo Horizonte não se apresenta como um desenho ou pintura de modo tradicional. Não é feita de tinta, mas de papel, que é suporte e material, além do plástico. Ela apresenta-se por si mesma e tem existência única, embora se refira a uma paisagem, a um lugar. É uma paisagem próxima do espectador que a contempla em seus aspectos intrínsecos, que são peculiares pelo fato de a obra se colocar no ambiente de modo diverso ao que por vezes ele está habituado a ver. Este trabalho também esteve presente na recente exposição “O Olhar: do íntimo ao relacional” (2014), como integrante da Sala “Contaminação”. A “paisagem” fora realizada em papel cartão, o resultado não é uma pintura ou desenho, como tradicionalmente as paisagens seriam representadas, mas um objeto tridimensional, “contaminado” por outra técnica. Longe de natural, a “paisagem” é imaginada e é presente se colocando tridimensionalmente à vista do espectador. Num sentido atual e concernente à ideia da exposição a “contaminação” ocorre na transformação das modalidades artísticas antes consensuais, sem haver o compromisso de representação do real tal qual ele é e sim uma configuração passível de sentidos diversos, que “saltam” da imaginação à comunicação com o observador.

Para saber mais: ALVES, Joana D’arc de Jesus; VIVAS, Rodrigo. Premiações nos Salões de Belo Horizonte : da ‘desmaterialização’ à realidade do circuito artístico (1969 a 1972). 2015. 113 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes.

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