Paisagem de Ouro Preto. 1950.

Alberto da Veiga Guignard. Paisagem de Ouro Preto. 1950. Óleo sobre madeira. 54 x 74 cm. Coleção Zoe Chagas Freitas. Rio de Janeiro.

Na Paisagem de Ouro Preto, Guignard seleciona um pon­to de vista tradicional de Ouro Preto: a ponte Marília de Dirceu no bairro Antônio Dias. Guignard consegue uma modificação importante nessa cena tradicional e conhecida pelos mineiros. Além da valorização da Igreja de Antônio Dias, Guignard faz um pequeno deslocamento da Igreja São Francisco de Assis e do Museu da Inconfidência, para que seja possível observá-los em conjunto. No fundo da tela, destaca-se uma casa amarela que evidencia a Igreja e esta mantém o mesmo padrão cromático que alcança o céu. Nas construções paisagísticas, pelo menos até a segunda metade do século XX, a representação do céu muitas ve­zes assumia aspecto secundário na obra, preenchendo apenas os vazios existentes na imagem. Guignard, mesmo nas representações mais tradi­cionais das paisagens de Ouro Preto, parece dedicar-se ao céu da mesma forma que está atento às outras partes que compõem o quadro. Não se pode dizer que o céu de Paisagem de Ouro Preto aproxima-se das representações clássicas, porque não tende a homogeneizar a pintura, nem se devem aceitar as relações com o “céu impressionista”, pois não é objetivo desse movimento diferenciar o céu do restante da paisagem para se concretizar o conceito de “experiência direta”.

Para saber mais: VIVAS,Rodrigo. Por uma História da Arte em Belo Horizonte: Artistas, exposições e salões de arte. Belo Horizonte: C/ Arte, 2012. 248 p.

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