A sombra. Década de 1920.

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Zina Aita. A sombra. Década de 1920. Óleo sobre tela. 22 x 29 cm. Coleção particular.

Destaca-se A Sombra, composta por seis homens trabalhan­do em uma rua. A utilização das cores dificulta a delimitação dos espa­ços, mas é possível localizar um meio-fio que separa o limite da rua e as casas. A rua, assim como os outros elementos que compõem a cena, possui uma variação cromática muito mais complexa que a realizada na pintura O Retrato.

Nessa pintura, as sombras dos objetos adquirem sempre a tonali­dade azul. Isso é o que se constata, ainda, tanto nos trabalhadores re­presentados, quanto em formas não sugeridas na tela. No que se refere a essas últimas, nota-se, perto dos trabalhadores, uma enorme sombra azul, possivelmente produzida por um grande edifício não representado na tela. Essa sombra azul possibilita imaginar não apenas a continui­dade da cena fora do espaço figurativo, como também o movimento da luz no quadro. Como explicar a falta de correspondência entre a sombra dessa construção ausente com a dos trabalhadores? Talvez o objetivo não tenha sido de captar apenas o instante, mas de produzir a sensação de uma atividade realizada ao longo de várias obras.

 Um outro aspecto importante é a presença de um conjunto de pontos na tela que poderia produzir aproximações com os primeiros estudos pontilhistas de Georges Seurat, em obras como Paysan à la Houe, 1882.

No que se refere à obra A Sombra, Aracy Amaral informa que poderia pertencer a uma técnica pós-impressionista e “a composição constante de manchas coloridas justapostas à Vuillard, essa pequena obra parece-nos uma das mais avançadas das presentes na Semana”.

Para saber mais: VIVAS,Rodrigo. Por uma História da Arte em Belo Horizonte: Artistas, exposições e salões de arte. Belo Horizonte: C/ Arte, 2012. 248 p.

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