Teses e Dissertações

VIVAS, Rodrigo. Os salões municipais de Belas Artes e a emergência da arte contemporânea em Belo Horizonte: 1960-1969. 2008, 274 f. Tese (doutorado), Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, 2008.

Encontra-se, nessa tese, o estudo das obras premiadas nos Salões Municipais de Belas Artes (SMBAs) de Belo Horizonte na década de 1960 e a transformação do SMBA em Salão Nacional de Arte Contemporânea (SNAC) em 1969. Para tanto, tornou-se necessário o entendimento das modificações do cenário artístico de Belo Horizonte iniciadas pelos confrontos entre acadêmicos, representados por Aníbal Matos, e os modernos reunidos nas exposições: Zina Aita em 1920, Salão Bar Brasil 1936, Exposição Moderna em 1944. Entende-se como a consolidação da arte moderna a vinda de Alberto da Veiga Guignard para fundar uma Escola de Artes, assim com as medidas modernizadoras de Juscelino Kubstchek, enquanto prefeito da capital mineira. Esse cenário e pinturas desses artistas são estudados na primeira parte da tese. Na década de 1960, os SMBAs abandonam o viés regional e passam a contar com a participação de artistas e críticos fundamentalmente do Rio de Janeiro e São Paulo. Para a compreensão desses acontecimentos, são analisadas as pinturas premiadas, nos Salões Municipais de Belas Artes, responsáveis por constituir o acervo do Museu de Arte da Pampulha. Para finalizar a tese, buscou-se compreender a emergência da arte contemporânea, na capital mineira, através do estudo das manifestações: Vanguarda Brasileira (1966), Objeto e Participação e Do Corpo à Terra (1970) que propunham a destruição do suporte do objeto artístico, da desmaterialização da obra de arte, assim como o questionamento dos SMBAs.

NEVES, Ana Luiza T. Os Salões Nacionais de arte em Belo Horizonte na década de 1980: as especificidades dos salões temáticos. 2014, 167 f. Dissertação (mestrado), Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, 2014.

Esta dissertação apresenta a pesquisa realizada a respeito dos Salões Nacionais de Arte ocorridos na cidade de Belo Horizonte na primeira metade da década de 1980, especificamente os salões temáticos, entre os anos de 1979 e 1984. Os Salões Nacionais de Arte que eram promovidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, e que tiveram uma trajetória de 72 anos, representaram um importante evento fomentador do circuito artístico nacional, sendo oportunidade para jovens artistas ou mesmo apresentando artistas já consagrados. Ainda há o fato da grande parte das obras premiadas passarem a constituir o acervo do Museu de Arte da Pampulha, formando assim uma coleção passível de estudos. Primeiramente foi apresentado o contexto da década em questão, denominada por muitos autores no que diz respeito a produção artística daquele momento, como o “retorno à pintura”. Em um segundo momento, foi revista a história dos salões de arte como instituição propagadora de tendências e produções do circuito artístico, e em seguida apresentada a trajetória dos salões na contemporaneidade até a chegada aos salões da década de 1980, onde optou-se pela pesquisa dos salões temáticos, com análises de textos de críticos que acompanharam os eventos e obras pertencentes ao acervo do Museu de Arte da Pampulha.

SANTOS, Nelyane G. A história da arte de Belo Horizonte a partir de obras dos Salões Municipais entre 1964 e 1968. 2014, 167 f. Dissertação (mestrado), Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, 2014.

Este trabalho é resultado do estudo de quinze obras que foram prêmios nas categorias pintura, escultura, desenho, gravura e pesquisa dos Salões Municipais de Belas Artes de Belo Horizonte – SMBA-BH entre os anos de 1964 a 1968, obras que compõem o atual acervo do Museu de Arte da Pampulha – MAP. O intuito da pesquisa foi contribuir para o conhecimento do acervo do MAP e das artes plásticas em Belo Horizonte. A metodologia de trabalho utilizada foi a análise das obras pelo viés do triplo registro na história da arte, pautada nos aspectos formais, semânticos e sociais. Esta metodologia nos oferece percursos de análise que sejam capazes de comportar as esferas material e técnica, artística e estética e a histórica nas obras de arte. Dessa maneira, as obras foram estudadas como fontes primárias e sua interpretação foi elaborada em diálogo com documentos (tais como, periódicos e registros institucionais) e referências teóricas e narrativas da história da arte.

ALVES, Joana D’Arc de Jesus. Premiações nos Salões de Belo Horizonte: da “desmaterialização” à realidade do circuito artístico (1969 a 1972). 2014, 116 f. Dissertação (mestrado), Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, 2015

Esta pesquisa se situa na emergência da arte contemporânea em Belo Horizonte, na transformação do cenário artístico e na proposição da “desmaterialização artística”, com experimentações que caracterizaram o final da década de 1960 se estendendo à década de 1970. As propostas de “desmaterialização artística” são tendências oriundas dos projetos das vanguardas históricas, que questionaram categorias artísticas estabelecidas buscando a integração da arte com a vida. O objetivo é analisar as modificações do circuito artístico mineiro, paralelamente a algumas obras concorrentes nos Salões e ao discurso crítico realizado sobre elas. Tal análise significa o preenchimento de uma lacuna no período de 1969 a 1972 no que se refere às tranformações artísticas no cenário da capital mineira, destacando o âmbito da realização dos Salões Nacionais de Arte de Belo Horizonte. Os resultados da pesquisa denotam a constatação de “efervescência” e posterior “anemia” destes Salões. A metáfora é para elucidar que enquanto em 1969 o Salão expressava toda a ebulição que as transformações demandam, esse processo não teve continuidade, e em 1972 as inovações já não apresentavam a mesma intensidade.

GUEDES, Gisele. Opacidade e transparência. Percurso por obras tridimensionais em Belo Horizonte: de Adolescentes (1937) a Espaço n° 9 (1967). 2017, 148 f. Dissertação (mestrado), Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, 2017.

A presente pesquisa se dedica a construção da história da arte em Belo Horizonte através de um percurso composto pelas obras tridimensionais presentes na cidade. O itinerário é constituído por dois momentos: o primeiro envolve obras consideradas modernas e localizadas na cidade de Belo Horizonte, caso da escultura Adolescentes (1937) da artista Jeanne Milde e parte do acervo do Museu Mineiro (MMI) e obras localizadas no Complexo Arquitetônico da Pampulha construído em 1943, são elas o baixo-relevo produzido por Alfredo Ceschiatti no interior da Igreja São Francisco de Assis; O Abraço, também de autoria de Ceschiatti mas localizada no Museu de Arte da Pampulha (MAP), a escultura Pampulha (ou Figura Alada) de José Alves Pedrosa e o Nu de August Zamoinsky, que compartilham da mesma localização e encontram-se nos jardins do MAP. O segundo momento consiste na seleção de obras tridimensionais premiadas nos Salões Munipais de Belas Artes (SMBA) realizados pelo MAP nas edições de 1961 (XVI SMBA), 1963 (XVIII SMBA), 1965 (XX SMBA) e 1967 (XXII SMBA), das quais serão analisadas as esculturas A Sentinela de Francisco Stockinger, Sem título de Amílcar de Castro, O Temerário de Nicolas Vlavianos e Espaço no 9 de Hisao Ohara. A divisão adotada teve como princípio a construção de dois blocos de análise para a compreensão do fazer tridimensional a partir dos respectivos tensionamentos suscitados: o primeiro a uma ideia de escultura moderna e o segundo em termos de especificidade da prática escultórica tradicional.