Cibele Varela. Horizonte 551. 1970. Tinta acrílica sobre Duratex, 119,2 x 169,2 cm. Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte, II SNA/PBH, 1970. MUSEU DE ARTE DA PAMPULHA-MAP. Inventário: Museu de Arte da Pampulha. Belo Horizonte, 2010.
No “Horizonte” de Cibele Varela, a paisagem é noturna. A escuridão do céu distante é entremeada por pequenos pontos e manchas de luminosidade. Esse céu da noite aparece ao espectador como numa janela limitada sobre e sob por uma “tarja” em tom azul escuro, que parece também invadir com mais sutileza o espaço visível da paisagem. A imagem que se tem da obra se assemelha a uma fotografia que depois de revelada demonstra que o filme começara a “queimar” e o que restou de nitidez fora a “tarja” central, em que identificamos o céu iluminado por pontos brilhantes. A tonalidade das tarjas que limitam o céu escuro é um azul marinho que simultaneamente é um limite e se torna parte dessa escuridão pontilhada de luz. Se observada com mais proximidade, a impressão que se tem é a de uma “janela para o cosmos”, o horizonte muito distante. Paradoxalmente, se vista mais à distância, o mesmo horizonte parece agora a cidade noturna, mais próxima que o cosmos, com suas luzes acesas rompendo a escuridão.