Cildo Meireles, Tiradentes: totem-monumento ao preso político (1970). Registro: Luiz Alphonsus
Os artistas que participaram dos eventos “Objeto e Participação” e “Do Corpo à Terra”, entre eles Artur Barrio e Cildo Meirelles foram convidados a desenvolver seus trabalhos diretamente no local, ao invés de trazerem obras concluídas. As obras tinham caráter efêmero, deveriam ser deixadas no local até sua destruição.
Seria arte ou antiarte? Eis a pergunta que fica até hoje no ar. E na mesma proporção das “obras de arte” proposta no Parque ou no subsolo do P. A., a mostra coletiva que está na sala de exposições do Bloco A continua deixando muita gente assustada, como o ritual de sacrifício de galinhas, queimadas pelo artista carioca Cildo Meirelles. Afinal de contas, que manifestação seria? (MOTTA,Morgan. As galinhas morrem queimadas na arte de vanguarda. Diário da Tarde, 27 de março de 1970, Pág. 7.)
Para Motta, o estranhamento do público veio, além do tradicional conservadorismo no que se refere à arte moderna, da falta de informação ao público que visitava as mostras do Palácio das Artes, o que causara o mal entendido no mesmo, que “não está em condições de receber manifestações desta natureza”.
Memória das Artes Visuais 