Biomorfo I, 1971.

biomorfo

Maria Guilhermina Gonçalves Fernandes. Biomorfo I. 1971. Pedra sabão. 66 x 95,5 x 40 cm. Grande Prêmio, III SNA/PBH, 1971. MUSEU DE ARTE DA PAMPULHA-MAP. Inventário: Museu de Arte da Pampulha. Belo Horizonte, 2010.

O trabalho de Maria Guilhermina fora bastante comentado à época da premiação: “A escultura Biomorfo, de Maria Guilhermina, compõe-se de três peças entalhadas em pedra sabão e montadas sobre um suporte iluminado por quatro focos de luz.” (LEVEZA. Esculturas dividiram Grande Prêmio do III Salão de Arte. O Globo, Rio de Janeiro, 17 dez. 1971). Ou ainda: “Maria Guilhermina com suas esculturas em pedra sabão, corretas e bem realizadas, não acrescentou muito ao que já realizava há anos (…)” (MAURÍCIO, Jayme. O III Salão de Belo Horizonte. Crítica. Correio da Manhã. Rio de Janeiro, 24 dez.1971).

E a crítica de Márcio Sampaio:

Tal como é o caso de Maria Guilhermina. Escultora bem situada em Goiás, não teve ainda impulso maior para que saísse dos exercícios ditados por Henry Moore. Sua presença no Salão se resume em três peças em pedra sabão, esculturas “biomórficas” (conforme o título). O salão se propunha reunir arte de vanguarda, e a escultora, reconhecendo a caducidade de seu trabalho não teve saída senão lançar mão de artifícios para torná-lo moderno: colocou as três peças sobre pedestais mecânicos, possibilitando um movimento rotativo que apenas substituiu o movimento do espectador em volta da escultura. Alguém, de bom humor, comentou que a estrutura metálica, com motor e o sistema de polias, usado para fazer girar as esculturas, era tão interessante que poderia merecer um prêmio… se retirassem as esculturas. Lembramos a propósito um artigo de Jean Clair sôbre(sic) a arte contemporânea. Êle(sic) adverte que nem tudo o que mexe é arte cinética. Quase nada do Salão Eletrobrás, realizado em setembro, no Rio, sob selo de Luz e Movimento, embora mexesse, poderia ser considerado, honestamente, como arte cinética. Parece que estes mesmos trabalhos de Maria Guilhermina vieram do Salão da Eletrobrás, o que caracteriza bem o erro da artista. Melhor deixasse as pedras na sua tranquila imobilidade. O grotesco do artifício teria sido evitado. (SAMPAIO, Márcio. O III Salão Nacional de Arte (II). Artes Plásticas. Suplemento Literário. Belo Horizonte, 01 jan. 1972, p. 8-9).

Para saber mais: ALVES, Joana D’arc de Jesus; VIVAS, Rodrigo. Premiações nos Salões de Belo Horizonte : da ‘desmaterialização’ à realidade do circuito artístico (1969 a 1972). 2015. 113 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Belas Artes.

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