Matadouro. 236 x 90 x 85 cm. Ferro/sucata. 283 x 112 x 150 cm. 1971

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Jarbas Juarez. Matadouro. 236 x 90 x 85 cm. Ferro/sucata. 283 x 112 x 150 cm. 1971. Prêmio Prefeitura de Belo Horizonte. 1971 – III Salão Nacional de Arte Contemporânea de Belo Horizonte. Acervo Museu de Arte da Pampulha.

Outra obra premiada (III Salão, 1971) é “Matadouro”, de Jarbas Juarez em que a feitura de algum modo pode aludir à violência associada ao contexto da ditadura militar instaurada no Brasil em 1964. Inicialmente podemos ver a representação de um animal morto numa posição que indica o próprio nome da obra: “matadouro”; está abatido, não oferece resistência, há um relaxamento provocado pela morte. Ao mesmo tempo, considerando-se o momento de violência política, associa-se o animal à figura humana, pendurada pelos pés, à pessoas que foram mortas através da utilização de instrumentos de tortura. A violência na produção da obra pode ainda ser percebida na utilização de um material de difícil manipulação, o ferro, e ainda, pelos parafusos inseridos no corpo do “animal”, pela faca encravada no peito, pelas vísceras aparentes, numa possível mensagem de repúdio a um período histórico.

Juarez nos remete metaforicamente ao questionamento político, mas o resultado da obra do Salão é da mesma natureza que as situações no Parque Municipal de Belo Horizonte?

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